* 07.08—06.09.25 * e/ou * 8 momentos e Reckoner * de Thomaz Rosa com Marcelo Pacheco e Claudio Cretti

* 07.08—06.09.25 * e/ou * 8 momentos e Reckoner * de Thomaz Rosa com Marcelo Pacheco e Claudio Cretti

e/ou é um projeto expositivo em três momentos, com os artistas Thomaz Rosa, Marcelo Pacheco e Claudio Cretti.

Pensada como uma exposição expandida no tempo, e/ou propõe três apresentações individuais que se desdobram em um jogo coletivo: a cada mostra, um dos artistas ocupa o espaço com um projeto pensado para orlando e convida os outros dois a participarem com obras em diálogo, compondo as possibilidades de encontros nas constelações cruzadas entre práticas e afetos.

e/ou: 8 momentos e Reckoner
de Thomaz Rosa, com Marcelo Pacheco e Claudio Cretti

Abertura: 7 de agosto, das 18h às 22h
Visitação: até 6 de setembro

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BIOS

Thomaz Rosa (São Caetano do Sul, 1989). Vive e trabalha em São Paulo.

A prática de Thomaz Rosa se desenvolve a partir de uma definição expandida de pintura, operando de forma seriada e explorando a tensão entre excesso visual e economia material. Suas obras propõem constelações de elementos heterogêneos que oscilam entre abstração, simulação imagética e objetos, articulando relações entre subjetividade, história da arte e banalidade cotidiana.

Participou de exposições individuais como A volta da sorte (Quadra, São Paulo, 2023), Um de Um Par (Castiglioni Fine Arts, Milão, 2023) e Conjuntos (Pop Up Castiglioni, Paris, 2024). Integrou coletivas em instituições e espaços como Sesc Santo André, Instituto Artium, Casa de Cultura do Parque, Mendes Wood DM, Museu de Arte de Ribeirão Preto, Museu da Inconfidência e GDA. Realizou residências no Pivô Arte e Pesquisa, Kaaysá e Faculdade de Belas Artes do Porto. Seus trabalhos integram coleções como a do Museu de Arte do Rio e Coleção Fiorucci.

Marcelo Pacheco (Campinas, SP, 1984). Vive e trabalha em São Paulo.

Marcelo Pacheco desenvolve encontros e situações poéticas que exploram a instrumentalidade e a disponibilidade material. Ao produzir arranjos espaciais com componentes mínimos em madeira, metal ou tecido, concatenando texturas e padrões com atenção aos efeitos plásticos da repetição, Pacheco compartilha uma alteridade do prazer no fato decorativo dos objetos e no estar no mundo das coisas. Retirando seus materiais de uma letargia passiva, o artista ativa fricções cromáticas e espaciais, operando a conversão de elementos tridimensionais inusuais em linguagem pictórica.

Entre suas exposições individuais estão Madeira de vento, Quadra, São Paulo, Brasil (2023); Sementes no bolso, Casa de Cultura do Parque, São Paulo, Brasil (2021) e As listras da  Zebra e as coisas sem pais, Quadra, Rio de Janeiro, Brasil (2021). Participou também das coletivas De viés, Quadra, Rio de Janeiro, Brasil (2024); Olhe bem as montanhas, Quadra, São Paulo, Brasil (2024); Uma cadeira é uma cadeira é uma cadeira, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2024); Coisa livre de coisa, Massapê Projetos, São Paulo, Brasil (2023) e Roots of intelligence, Gisela Projects, Nova York, EUA (2023). Pacheco foi indicado ao Prêmio Pipa (2020) e integra a coleção do Museu de Arte do Rio (2024).

Claudio Cretti (Belém, PA, 1964). Vive e trabalha em São Paulo.

A produção de Claudio Cretti propõe intermediações entre o bi e o tridimensional, articulando elementos naturais e culturais em objetos híbridos, instáveis, que tensionam funções, materiais e sentidos. Desde os anos 1980, desenvolve uma obra marcada pela experimentação formal e pelo cruzamento entre escultura, performance e instalação.

Realizou exposições individuais em instituições como Paço das Artes (Pandora, 2013), Pinacoteca (Onde pedra a flora, 2006), Palácio das Artes (Luz de ouvido, 2008), Casa Niemeyer (Acaso a coisa a casa, 2018) e Museu da Inconfidência (Evocativos, 2023). Participou de coletivas em espaços como Instituto Tomie Ohtake, MAM-SP, MuBE, Massapê Projetos e Carmo Johnson Projects. Suas obras integram coleções públicas e institucionais como o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), Pinacoteca do Estado de São Paulo, Centro Cultural dos Correios (RJ), Museu da Inconfidência (Ouro Preto) e Universidade Estadual de Londrina (UEL).  Foi tema de documentário na série O Mundo da Arte (TV Cultura/SESI, 2004) e teve sua trajetória reunida no livro Claudio Cretti (Martins Fontes, 2013). Foi indicado ao Prêmio PIPA (2020) e premiado em salões como o de Arte Contemporânea de Piracicaba e o Salão Paulista (1985).

Thomaz Rosa: 
8 momentos e Reckoner

por Giovanna Bragaglia

Momentos marcados no espaço, como cortes. Desmedidos, porque logo escapam. Ora interrompem, ora irrompem; ora suspendem, ora perfuram. Barras, marcas, pausas. Compassos desalinhados. Réguas para medir, mas que não medem. Réguas, daquelas que erguem e alinham paredes, aqui, medem o que já não há.

Em 8 momentos e Reckoner, primeira exposição do projeto e/ou, as pinturas de Thomaz Rosa surgem como instâncias de um entre-lugar, onde cores, matérias e formas se encontram. Os Momentos são oito pinturas verticais, dispostas como marcas no tempo e espaço de orlando, formando uma constelação que oscila entre abstração (como Triângulo azul sobre fundo preto), imagem e objeto da banalidade cotidiana (como Tsuru ou Foice), e que ativam relações entre subjetividade e história da arte (como Lina, Serginho 1 e 2 ou Peter Schwarze)

No início, é Reckoner que abre para a conversa: uma pintura de maiores dimensões, de uma paleta quase psicoativa, em que barras de cor se alternam e vibram, como se tentassem ordenar o caos, ou ainda, mergulhá-lo ainda mais fundo em sua desordem. O título, emprestado da música da banda Radiohead, significa “o calculista”: aquele que busca medir, compreender, prever, mas que tropeça na própria ansiedade do controle. A obra embaralha e acelera a percepção do tempo, corrompendo qualquer lógica horizontal ou linear.

Não à toa, Claudio Cretti participa com uma obra da série Quimeras, esses seres que são entre sonho e invenção, ou ainda, corpos que recusam a lógica da função e da medida. Em uma espécie de contraponto nesse diálogo, Marcelo Pacheco propõe uma pequena peça, que parece tentar conter toda a densidade de um tempo-memória que insiste em escapar.